Apreciação do balanço 2017

O FLA+ se reuniu na noite desta terça-feira, dia 24, com a equipe financeira do Flamengo para discutir o balanço financeiro e patrimonial do exercício do ano de 2017 e que será votado para sua aprovação na próxima quinta-feira, dia 26.

Estavam presentes Marcelo Haddad, VP de Planejamento, Marcio Garotti, diretor financeiro, o contador do Flamengo e representantes Mazars Cabrera, empresa que audita os balanços do clube.

A reunião foi marcada pela transparência. Todos os questionamentos realizados foram respondidos e embasados por documentos comprobatórios tais como normas internacionais e nacionais, contratos, demonstrativos, etc. Também foi projetada uma apresentação que será utilizada para a ilustração do balanço que será submetido à assembleia de votação.

Alguns questionamentos realizados e suas respectivas respostas poderiam causar impacto negativo ao Flamengo, haja vista a sensibilidade das informações e por isso, o FLA+ se reserva ao direito de comunicar as respostas apenas aos seus membros. Contudo, reafirma seu compromisso de continuar cobrando a excelência e boas práticas de gestão da diretoria, a fim de promover uma atuação segura e sem riscos para a instituição Clube de Regatas do Flamengo.

O balanço apresentado está adequado e executado dentro das normas contábeis.

Relevante informar que o dia da reunião coincidiu com o dia do Kick Off (início) do projeto do SAP no Flamengo. Nosso diretor financeiro fez um breve relato do quão bem-sucedido foi o procedimento.

Com o fim do contrato da Golden Goal, a gestão do programa Sócio Torcedor – ST será internalizada e a plataforma SAP Hana (que é um banco de dados completo do projeto SAP) facilitará a gestão do Programa ST.

Abaixo apresentamos as repostas efetuadas aos nossos questionamentos realizados:

1- Qual o valor entrou em caixa no ano de 2017?
R: 585 milhões

2- O Flamengo prevê a captação de recursos de até 40 milhões em empréstimo financeiros para o ano de 2018. Existe algum plano de redução desse valor ou até mesmo zerar essa operação de captação? Qual o real motivo de ainda captarmos recursos em instituições bancárias? Faz sentido pagamos juros estratosféricos no Brasil e realizar empréstimos em bancos de terceira linha? Existe planejamento no fluxo de caixa, para que em dezembro de 2018 o clube disponha de recursos para negociar atletas e pagar despesas sem a necessidade de recursos advindos de empréstimos financeiros e adiantamentos de receitas?

R: Segundo o clube informou, ainda há a necessidade de financiar a dívida em razão dos vencimentos de curto prazo. Os empréstimos financeiros seriam para rolar a dívida. Previsão é de que em 2019 os empréstimos não serão necessários.

3- Qual o valor do pagamento mensal do PROFUT e qual será evolução na parcela?

Pouco mais de 1 milhão por mês, considerando que neste momento a parcela tem 25% (por 2 anos) de desconto, que era de 50% nos dois primeiros anos pós assinatura do PROFUT, e tem redução progressiva. Posteriormente o desconto será de apenas 10% (por mais 2 anos) e depois o valor pago será a integralidade da parcela.

4- Qual o motivo de não termos dinheiro para contratação em 2018? Gastamos demais na janela do meio do ano de 2017?

R: Há um entendimento de que elenco está numeroso e qualificado e não há necessidade de grandes investimentos.

Obs.: Perguntado se esse entendimento era um parâmetro passado pelo futebol e pelo financeiro, foi dada a seguinte resposta: de todo o Conselho Diretor.

5- Mesmo após bons resultados financeiros, por que o investimento em contratação e salários foi reduzido para o ano de 2018?

R: Quanto a investimentos, foi respondido acima. Com relação à folha de pagamentos, a redução se deu em razão da saída do custo das luvas do Vinicius Junior, uma vez que foram pagas em 2017.

6- Qual a expectativa dos balanços serem auditados por alguma Big 4?

R: Auditagem por uma Big 4 foi um fato minimizado. Afirmou que estão satisfeitos com a Mazars e que não será uma auditagem da Big 4 que irá melhorar a imagem do clube. Além disso, não acreditamos que uma BIG 4 se interesse em auditar um clube de futebol.

Obs: O Fla+ Informou que essa expectativa de auditagem foi criada pela própria atual diretoria que em diversas vezes manifestou desejo de ser auditado por uma Big 4, e que isso inclusive foi argumento quando da aprovação do investimento na implantação do SAP.

Resposta: Estamos felizes em terem condições para uma auditoria Big 4, mas que os benefícios seriam poucos, equivalente a uma certificação ISO.

7- Qual a função de Alexandre Rangel, que se intitula sócio da EY e que, ao mesmo tempo, presta consultoria para o clube?

R: De forma geral a EY atua em dois projetos: É PMO do projeto SAP, com objetivo de dar uma visão de auditagem para que os processos sejam estabelecidos com base em boas práticas, e, em outro projeto, atuam como consultores do projeto de remuneração variável para executivos do clube.

8- Qual a justificativa, inclusive para urgência, na antecipação de receitas da venda do Vizeu, tendo em vista que o pagamento do débito do Cirino já estava em orçamento?

R: Proposta de antecipação da receita da venda do Vizeu para quitar dívida com a Doyen tinha como fundamento a negociação do valor com desconto, por eventual pagamento antecipado, visto que a previsão de desembolso seria no final de 2018.

9- A crise econômica que assola o RJ impacta os patrocínios. Há também a estagnação do projeto Sócio Torcedor – ST. Onde haveria espaço para crescimento de receitas em 2018? Somente em receitas extraordinárias?

R: Estimam que as receitas de ST, patrocínios e premiações de competições serão crescentes.

10- Qual o real tamanho da dívida de um clube com base em seu balanço patrimonial. Qual seria o verdadeiro tamanho da dívida do Flamengo ao final de 2017 e a projeção 2018 diante do fato que existem diversas formas de analisar o endividamento de uma organização? Pro exemplo, o valor do endividamento líquido atual ou o Valor do endividamento bruto?

R: Dívida Bruta: 462,1 milhões – Dívida Líquida: 262,4 Milhões.

11- O balanço de 2016 foi aprovado com a ressalvas do Conselho Fiscal de que deveríamos aguardar uma consulta realizada ao CFC sobre a forma de alocação das luvas e bônus de assinatura. Se a resposta fosse diferente do realizado, deveríamos republicar o balanço. Essa mudança na legislação não é equivalente a esta resposta:

R: Não. O CFC até hoje não respondeu a consulta do Flamengo e por isso não há que se falar em republicar o balanço. A norma que definiu a mudança na alocação das luvas é do IFRS e não do CFC e por isso não se pode afirmar que esse seria o posicionamento do Conselho.

12 – Os bônus ao Departamento Financeiro, aos CEO´s e demais cargos pagos sob o regime anterior de alocação dos recursos não seria uma medida injusta em função de que a mudança da regra mudaria o atingimento de metas?

R: A resposta é não. Mesmo que se decidisse alterar os balanços para a nova realidade das luvas estabelecida pelo IFRS, o que não é uma determinação da norma, fazendo uma analogia, seria a mesma coisa que “tirar a taça de campeão porque no ano seguinte houve mudança na regra do campeonato”. A contratação dos profissionais e respectivas composições dos bônus levou em consideração a realidade na data da contratação. Se a realidade fosse outra, as metas seriam diferentes e também teriam sido atingidas.

13- É possível incluir parte da remuneração da Adidas para as demais modalidades já que elas também expõem a marca?

R: Sobre Royalties do contrato de Adidas foi esclarecido que existem percentuais contabilizados como receitas dos Esportes Olímpicos.

14- Como fica a mudança de legislação em relação às comissões de empresários e seu respectivo lançamento no balanço?

R: Foi esclarecido, quanto a mudança da regra contábil (ITG2003 de 24/11/17) estabelecida pelo IFRS (International Financial Reporting Standards) que estabelece que, a partir de 01/01/2018, as comissões de negociações de jogadores passem a ser registradas como investimento e não mais como custo.

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