Maracanã em pauta de audiência pública na Alerj

Aconteceu ontem, 27/04, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), uma audiência pública sobre o imbróglio envolvendo o Maracanã. Membros do FLA+ estiveram presentes e ouviram atentamente o posicionamento dos representantes de cada clube a respeito do futuro do estádio.

Os presidentes de Flamengo e Fluminense, Eduardo Bandeira de Mello e Pedro Abad, respectivamente,  acompanharam as explanações dos deputados e, em seguida, começaram a dar suas posições sobre o tema.

Eurico Miranda, presidente do Vasco, e Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo não estavam na lista divulgada de convidados, mas garantem que foram chamados, fizeram questão de participar gerando evidente desconforto para o Presidente do Flamengo que perdeu a cabeça com os mesmos na audiência.  Estiveram ainda na reunião o secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, Thiago Pampolha, o deputado Carlos Osório (PSDB), o chefe de gabinete da Casa Civil, Marcelo Queiroz, e o procurador da Ferj, Sandro Trindade.

Lamentavelmente, a audiência foi marcada por um bate boca entre os presidentes do Vasco, Flamengo e Botafogo, apenas o presidente do Fluminense se absteve da confusão. Bandeira de Mello se posicionou como um dos interessados na abertura de uma nova licitação e entende que o Flamengo pode ajudar nesse processo. Disse também que se a transferência da Odebrecht para a Lagardère se concretizar, o Flamengo não jogará mais no Maracanã.

Confira as posições dos representantes de cada clube:

– Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo:
“O Maracanã é importante ao Flamengo, mas o Flamengo é muito importante ao estádio. Sempre colocamos que a nova licitação é a melhor opção, dá transparência e dá segurança jurídica. É a única solução que respeita os contribuintes. O TCE considerou que os termos do edital não eram bons para a coisa pública. O Flamengo pode ajudar a nova licitação. Se for perpetuada a transferência da Odebrecht, o que é um absurdo, o Flamengo estará fora. O Maracana ficará na nossa memória. Não jogaremos mais lá com a Lagardère.”

– Pedro Abad, presidente do Fluminense:
“Hoje há relação conflituosa. Hoje há um interessado em operar. Isso dá segurança ao governo do Estado. O Estado tem de cobrar a execução do contrato. A GL e a Lagardère querem cumprir o contrato. Isso dá mais certeza de que a não realização de nova licitação é a posição mais confortável aos clubes. Escuto argumentos sobre vícios da licitação. Eu só enxergo que o governo está confortável em decidir à medida que há interessados em operação. Hoje a gente tem uma empresa que não tem interesse e só o faz por decisão judicial. O Fluminense não quer defender as suas vantagens. Temos de defender equipamento de R$ 1,5 bilhão tem de continuar com a sua vocação.”

– Eurico Miranda, presidente do Vasco:
“O Maracanã não pode ser dado a um clube. Os quatro clubes têm que ter tratamento isonômico. A administração tem de ser dada aos quatro. Se o Estado quer fazer nova licitação, que o faça. Mas que coloque uma cláusula pétrea: que o tratamento aos quatro grandes seja isonômico. Eu tenho estádio, mas se quiser usar o Maracanã não posso ter de me sujeitar às regras de um clube.”

– Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo:
“A posição do Botafogo é de que, antes de tudo, desarmemos os espíritos. Temos de fazer um estudo técnico. Tem de ter posição adequada aos quatro grandes, mas também quanto ao dinheiro público. O Botafogo quer que todos os quatro tenham acesso ao Maracanã. Assim como todos têm ao Nilton Santos. O Flamengo é o único que não o tem pois o relacionamento entre as direções não teve ética. O Botafogo não pede ajuda a ninguém para arcar com os custos do Nilton Santos”.

De acordo com o chefe de gabinete da Casa Civil, Marcelo Queiroz, ainda não é possível dizer se o estádio terá ou não uma nova licitação. O desequilíbrio financeiro no contrato firmado entre a Odebrecht e o governo estadual é o principal motivo para a demora na resolução da questão. Afirmou ainda que não sabe se os clubes devem participar de um novo edital.

Apenas um ponto ficou estabelecido: Governo do Estado, Comissão de esporte da ALERJ, FFERJ, Fluminense, Botafogo e Vasco não querem que o novo concessionário assuma o Maracanã. Apenas o Flamengo se posicionou em sentido diverso.

Mesmo após muito debate, nenhuma conclusão foi atingida e a solução para o Maracanã não parece estar mais próxima do que antes da reunião. Na verdade, o mal estar gerado na audiência parece ter afastado ainda mais uma possivel solução.

Para debater o assunto, será realizada uma nova audiência pública no próximo dia 9 de maio. Desta vez, na Câmara Municipal.

Membros do FLA+  presentes na audiência: Alan, Daniel, Sérgio, Lysias, Lula, João Pedro

1 Comentário

Pascoal D`Angelo

7 anos atrás

Os presidentes do Vasco e do Botafogo não tem nada que participar das reuniões , pois enchem a boca quando falam que tem estádios (o do botafogo é da Prefeitura é o do vasco é um campinho pequeno sem garantias , lembrem o jogo contra Um time de São Paulo que está me faltando a memória). É estranho a posição do Fluminense que não tem estádio.

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